sábado, 6 de junho de 2009

MEMORIAL DE EZINETE

Minha trajetória escolar teve início por volta dos anos 70. Esse momento marcou a minha vida porque foi na época da palmatória. Morria de medo desse terrível castigo. Passei essa fase muito bem. Após esse período fui para a escola Paes Barreto onde cursei todo o Ensino Fundamental I. Lembro-me bem como era o iniciar o dia naquela instituição. Tinha todo um ritual religioso e cívico no pátio. A diretora sempre nos reunia para cantar o hino nacional e de Pernambuco, rezar e receber todos os avisos e orientações. Isso foi muito importante para mim.

Ainda nesse período comecei a me interessar por atividades esportivas na escola. Concluí a 4ª série e fui para a EMAAF fazer o Fundamental II e o Ensino Médio. Sempre fui uma aluna muito dedicada, além de ser atleta, participava de todas as comemorações da escola. Sempre gostei de ver a escola em festa.

No ensino médio senti um pouco de dificuldade nas disciplinas matemática, química e física, mas como tinha ótimos professores isso não me trouxe grandes problemas. Ainda nesse período veio uma oportunidade para eu trabalhar. Era como bolsista do CEMIC. Trabalhava com crianças carentes; um trabalho muito gratificante. Eu me sentia muito amada.

Concluí o Ensino Médio casei e fui instigada por minha irmã mais velha a fazer o magistério. A partir daí começou outra fase da minha vida. Tinha que estudar, trabalhar e ainda cuidar da casa. Mesmo tendo um esposo compreensivo foi difícil. Eram muitos os trabalhos escolares e eu sempre queria fazer o melhor. Veio o período de estágio e também os filhos. Não tive tempo para vê-los crescerem.

Ao terminar o magistério arranjei meu primeiro emprego na escola Humberto Soares. Tinha a maior vontade de ser funcionária do Estado e consegui. Lá fui professora de uma 4ª série e a maioria dos alunos morria de medo de matemática e eu tinha que fazer com que eles perdessem o medo e gostassem pelo menos um pouquinho da matéria. Foi com muito esforço mais consegui.

Fiz o vestibular para LETRAS e fui aprovada. O curso era muito bom. Meus professores excelentes. Mas, hoje sinto que o que aprendemos na Faculdade é muito diferente da nossa prática como professora. A forma como aprendemos não dá pra ser repassada. Nossos alunos de hoje são inquietos, não tem muita vontade de estudar e esse é o nosso maior desafio. Fazer com que eles sintam “vontade” de estudar.

Acredito que esse curso GESTAR, veio em boa hora, pois precisamos repensar nossa prática e aprendermos formas diferentes de ensinar. A princípio estou muito ansiosa e cheia de expectativas.


Ezinete Alencar de Sá Neves
Escola Profº.Humberto Soares
Aluna do curso GESTAR-2009
Petrolina -PE

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