quarta-feira, 26 de agosto de 2009

TP 5, por Nazarete Mariano

Atividade da unidade 18 - atividade 5

Tendo como objetivo caracterizar o sentido do texto não verbal a partir do estilo de Mauricio de Souza, foi trabalhada a tirinha do AA5 da página 45,observando o estilo desenvolvido nas sequências dos quadrinhos, bem como a coerência na construção das idéias, em que os alunos iriam observar as sequências dos fatos

Após a análise dos quadrinhos foram desenvolvidas as questões existentes para essa atividade, entre elas os alunos produziram as falas com relação a cada quadrinho.
Observei, nesta atividade, que muitos alunos não conhecem a turma da Monica, apesar de serem Jovens e Adultos, diante de tal fato, foi feita a leitura sobre a biografia de Mauricio de Souza e sua importância para o gênero em questão, retratando as características própria do seu estilo, pois os estudantes não tinham contato com a leitura de gibis no decorrer da vida. Foi proposto portanto, a criação de uma caixa de leitura sobre gibis para uso em sala de aula, estamos na fase de doação dos gibis.

Outra observação pertinente, foi sobre a compreensão por parte dos alunos em relação ao gênero em questão, os mesmos tiveram um pouco de dificuldade para responder as questões escritas, porém em relação a interpretação oral houve bastante facilidade.
Segue um exemplo de atividade desenvolvida pela aluna, os demais fizeram a escrita com lápis e não deu colar no scanner.
A partir dessa atividade, dei continuidade aos trabalhos voltados para a coerência a partir dos enlaces das idéias. Nesta atividade foram trabalhadas tanto a coerência como a coesão na produção do texto. Segue a atividade de coesão e coerência.
Atividade 6 – Coesão e Coerência – Profª Nazarete Mariano
Abordei, essa atividade, de maneira lúdica e prazerosa. Trabalhei, a partir da atividade proposta no AA5 pg 95, com o enlace das idéias. Objetivando a análise da construção da coerência em textos, e como se constrói as idéias a partir de conectivos de ligação.
1ª etapaà Os alunos foram respondendo as perguntas que eram feitas por mim, de maneira objetiva e simples, no total de 10 questões. Aparentemente coerentes perguntas e respostas sem muitas surpresas. Fiz mais uma série de 10 perguntas para que os alunos respondessem com as mesmas respostas dadas para as 10 primeiras perguntas e o lúdico e o prazeroso ocorreu nessa segunda parte. Pois a segunda parte das perguntas não estava coerente com as respostas dadas pelos alunos.
Partindo desde ponto foi desenvolvida discussão a respeito do sentido do texto e suas conexões para o dialogo entre os interlocutores de uma situação comunicacional em uso efetivo.
1ª parte das perguntas:Os alunos ficaram bastante a vontade para responder aos comandos solicitados e perceberam a importância da coerência a partir da falta de sentido obtida em cada resposta.
Aproveitei as 10 respostas dos alunos(as) e solicitei um texto de cada aluno que envolvesse as respostas que eles construíram. Abaixo segue um texto de um dos alunos, solicitado e autorizado para se trabalhar a coerência e a coesão a partir da análise coletiva. O texto foi colocado na íntegra em transparência.

“Eu e meu amigo - Aluno (a) Quarta fase – Escola Raulino
Olha tenho um amigo chamado Eraldo ele e natural de Afrânio mora no bairro cosmidanião tem 26 anos tem três filho é um rapais religioso gosta muito de ir a missa tem um certo gosto por camisa vermelha adora conversa com as pessoas tem pavor a violência gosta de acorda as 9:00 horas da manhã.
as vezes saímos junto com 100 reias para um grande show de nosso cantor preferido e Zezé de Camargo e Luciano aus sábado si reunimos eu eles e os nossos amigos para a sistir o programa rau Gil.
E aumocamos juntos au domigo uma bela feijoada.”

O texto acima foi colocado no retroprojetor para que os alunos, coletivamente e sem nenhuma situação que pudesse constranger o autor do texto, para a discussão em relação ao sentido e aos termos que ligam uma idéia a outra.
De imediato o que os alunos observaram foi a inadequação da norma culta e relação a ortografia, com as intervenções da professora foi observado também as repetições, a concordância, a estética do texto, enfim o texto foi analisado como um todo.
A medida que os alunos iam fazendo suas colocações, estava surgindo no quadro uma reescrita coletiva, pois os alunos faziam as colocações e a professora escrevia no quadro.
Portanto, a reescrita coletiva ficou da seguinte maneira:

Observei que mesmo fazendo o texto a partir das idéias e dos elos que ligam um termo a outro, alguns alunos ainda fazem a transposição do quadro para o caderno, esquecendo de alguns acentos, de S ou R. Mas, foi um trabalho bastante proveitoso pois os próprios alunos perceberam a real necessidade de melhorar a escrita para que os textos tenham uma sequência de sentido, sem falar do estilo e estética na produção textual.
Para dar continuidade ao trabalho de coesão, conseqüentemente desenvolver e revisar a classe dos pronomes, foi entregue a cada aluno uma cópia do texto “ Apólogo de Machado de Assis, para trabalhar: os pronomes e os termos de retomada e antecipação a partir da classe gramatical em questão.
ATIVIDADE PARA QUARTA FASE: Trabalhar os conectivos de ligação (coesivos) e o sentido do textos (coerência)
Aluno: --------------------------------------------------------------- Data: -------/----------/--------
Leia texto abaixo prestando atenção aos conectivos em destaque e responda:

"Um apólogo
Era uma vez uma agulha, que(1) disse a um novelo de linha:
- Por que você (2) está com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste(3) mundo?
- Deixe-me (4), senhora(4).
- Que a (5) deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe (5) digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me (6) der na cabeça.
- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu(7) ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe (8) deu. Importe-se (9) com a sua vida e deixe a dos outros.
- Mas você (10) é orgulhosa.
- Decerto que sou.
- Mas por quê?
- É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem os(11) cose, senão eu(12)?
- Você? Esta agora é melhor. Você que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu, e muito eu?
- Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço a outro, dou feição aos babados...
- Sim, mas que vale isso(13)? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
- Também os batedores vão adiante do imperador.
- Você é imperador?
- Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...
Estavam nisto(14), quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que(15) tinha a modista ao pé de si(16), para não andar atrás dela(17). Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana, para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
-Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta(18) distinta costureira só se importa comigo(19); eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles(20), furando abaixo e acima...
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela(21), silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe(22) dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se(23). A costureira, que(24) a(25) ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha, perguntou-lhe:
- Ora, agora diga-me(26), quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:
- Anda, aprende, tola. Cansas-te(27) em abrir caminho para ela e é ela que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu(28), que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
- Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!"

Machado de Assis. Contos. 18.ed. São Paulo, Ática, 1994 p.89.



1 – Preencha o quadro abaixo, com base nos conectivos em destaque do texto acima.

N.
PALAVRA (S) CLASSE GRAMATICAL TERMO RETOM. OU ANTECIPADO

QUE

VOCÊ
NESTE
ME
SENHORA
A
LHE

ME
MEU

LHE

SE

VOCÊ
OS

EU
ISSO
NISTO
QUE
SI
DELA
ESTA

COMIGO

ELES

ELA

LHE

SE

QUE

A

ME

TE
EU

Primeiro, os alunos tentaram fazer a atividade individualmente, depois foi retomada junto com a professora, para que a compreensão acontecesse de forma integral, atingiu o resultado esperado, pois os alunos chegaram a conclusão que não precisa repetir uma mesma palavra diversas vezes no texto sem necessidade e perceberam que há outras palavras que pode substituir uma palavra ou termo por outro, sem que o texto perca o sentido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário