segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Sequencia didática, por ADNA MACIEL

OFICINA TP4 – UNIDADE 14 – SEÇÃO 3 – AVANÇANDO NA PRÁTICA


Na apresentação do TP4, há um comentário breve dos autores do livro, reconhecendo os assuntos abordados como os mais esperados por nós. Sem dúvida, leitura e produção de texto são os eixos do nosso trabalho e, digamos assim, o nosso “sonho” insistente, diário, que queremos tornar real em cada um dos nossos alunos. Fazer com que os mesmos entendam os processos de leitura e escrita como instrumentos de apoderamento.


Conhecimentos prévios interferem na produção de significado do texto?

OBJETIVO DA SEÇÃO:

Conhecer a amplitude e o papel do conhecimento prévio na leitura.

Breve relato da experiência:

Escolhi esta atividade para a turma, relembrando que o conhecimento prévio é não somente o que o aluno já sabe, mas também o conjunto de valores que ele carrega pela vida e as interferências a que ele está exposto no decorrer de suas experiências vividas.
Levei para a sala o poema “Cidadezinha Qualquer”, de Drummond. Escrevi o título no quadro e esperei a reação dos alunos, ao perguntar-lhes o que aquela frase ou expressão significaria para eles. Foram unânimes em dizer que: “é uma cidade pequena”,ou “ é uma cidadezinha do interior” ou ainda, “ um lugar bem sem graça”. Em seguida, escrevi o poema e passamos ao trabalho com o texto como foi sugerido na atividade “avançando na prática”. Alguns alunos leram, eu li, e fizemos uma leitura mais detalhada do poema: lemos a biografia do autor, levando-os a imaginar a cidade natal do poeta descrita no poema.
Cada verso foi bastante comentado pelos alunos e fui orientando a respeito da estrutura do poema, como os versos foram escritos, sempre mostrando a intenção do autor em escrever desse modo tão específico. Todos se admiraram da linguagem simples do poeta, e relacionaram ao tema da simplicidade da cidade. Também acharam interessante o verso: “Eta vida besta,Meu Deus!” até porque, faz parte do vocabulário deles( ou nosso).
Nas aulas seguintes, levei a música “Petrolina, Juazeiro” de Jorge de Altinho e pedi-lhes para que cantássemos. Por serem tímidos, só cantaram depois que fechei a porta da sala. Cantamos várias vezes. Em seguida, pedi a eles que fizessem uma leitura detalhada da letra, procurando observar as posturas diferentes diante das cidades. Alguns alunos expressaram opinião oralmente, relacionando as diferenças na linguagem, nas palavras usadas, a estrutura poética, etc.
Solicitei a produção de texto sobre a cidade em que moravam ou sobre a cidade dos sonhos. Como estudamos a estrutura do poema, pedi-lhes que escrevessem nesse gênero.
Trabalhamos mais duas aulas com a reescrita dos textos, onde observamos a ortografia, o uso dos adjetivos, a concordância e a coerência do texto.
Foi uma atividade muito prazerosa e com bons resultados da parte dos alunos. Percebi-os mais desinibidos ao expressarem opiniões oralmente.


SEQUÊNCIA DIDÁTICA

TP4 SEÇÃO 3

Avançando na prática
Objetivo: Conhecer a amplitude e o papel do conhecimento prévio na leitura.


Temáticas exploradas
A cidade, a morosidade da cidade interiorana, a cultura do povo, a valorização do lugar onde se vive, o trabalho.

Análise lingüística
Substantivos, adjetivos, artigos e interjeição.
Pontuação.
Concordância.
Variação linguística.
Tipo de textos: narrativo/descritivo
Análise do gênero
Estrutura do poema: a estrofe e o verso
Paralelismo
Intencionalidade e interlocutores dos textos em estudo.
Produção textual
Produção de poemas sobre a cidade onde vive ou sobre um lugar que deseja conhecer
Avaliação
Expressar-se com objetividade nas questões orais;
Observar na produção de texto, se o aluno escreve com expressividade, coerência/coesão e se estrutura o poema em estrofes e versos.
Reescrita
Observando os critérios da avaliação, promover a reescrita dos textos e realizar os estudos de análise linguística nos textos dos alunos e nos poemas que foram usados como base.



Observação: Esta seqüência didática foi vivenciada em 12h/a.
TURMA: 3ª FASE – EJA TURNO: NOTURNO



TEXTOS DOS ALUNOS:


PETROLINA, MINHA CIDADE!

Ó Petrolina, minha cidade bela!
Tão bela como o rio São Francisco
Cidade que só me dá alegria.

Quando aqui cheguei,
Era um bebê de braço.
Cresci e me adaptei
A esta cidade linda!
Hoje não quero mais ir embora
Deste lugar tão bonito,
Desta cidade querida,
Cidade de Petrolina!
(Reginaldo Martins)


A CIDADE DE PETROLINA

Moro numa cidade muito boa
Por sinal, dar pra viver e trabalhar.
Gosto de olhar a beira do rio,
Passear na orla,
Apreciar a natureza.
Também gosto de ir ao shopping,
Ver todas as belezas da cidade.

Só não gosto da negligência
Com os carentes de saúde.
O abandono dos postos e o atendimento defeituoso.
Fico triste com os mendigos e pedintes da cidade
E mais ainda com algumas pessoas
Que falam de amor e humildade.

(Aurinete)


A CIDADE DOS MEUS SONHOS

Quando escuto o nome Rio de Janeiro
Já me pego sonhando:
O dia em que eu chegar nessa cidade
Pra ver o Cristo Redentor.
Ir à praia de Copacabana e passear no Leblon.
Esse é um dos meus sonhos
Que quero realizar
Quero ver cada pedacinho dessa cidade maravilhosa.
Quero entender por quê
Ela é maravilhosa.
Olhando pela TV, me vejo andando no calçadão.
Olhando os turistas no pão de açúcar,
Tomando água de coco nas praias.
Pela fé que tenho em Deus
Vou realizar o meu sonho.
E quando eu voltar de lá
Vou ter muito que lhe contar.

( Maria Danúbia)



MINHA CIDADEZINHA

Casas num vilarejo.
Com muita paciência as
Mulheres andam
Pra debaixo de uma laranjeira
Contando histórias.

Contando histórias de amor,
De vida, de calor.
As pessoas devagar num passo...
Vão levando o ar
Na vida de sofrimento
Num passo sem argumento.

Meu Deus, as pessoas olham!
Da janela, duma grande folha.
Parece uma passarela,
Grande vida de solidão...
Ô, pobre!!!
(Aucilene Gonçalves)

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