terça-feira, 28 de abril de 2009

1° OFICINA DO GESTAR - LÚCIA



PROGRAMA - GESTAR II
ESCOLA – EMAAF
CURSISTA – Lúcia Maria Ribeiro
Série – 8ª. A

SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Gênero textual: Fábula.
I - Enquete:
1. Para quê você estuda?
2. Qual o seu projeto de vida?
3. O que você não quer ser de jeito nenhum?
Objetivos: Motivar os alunos a se comunicar na sala de aula mostrando que é importante ter foco, objetivos.
II – Conceituar o gênero (Fábula) e suas principais características.
1. Animais que falam
2. Sempre tem um ensinamento moral.
3. História inverossímil (impossível de ter acontecido).
4. Entonação (tom e modulação da voz do narrador).
5. Geralmente usa-se a fala coloquial (a fala do dia a dia).
6. Dicção (a pronúncia clara e bem articuladas de todas as sílabas).
7. Gesticulação (os movimentos do corpo do narrador).

III – Contar a fábula (em anexo).
IV – Estudo dirigido do texto.
1. Onde acontece o clímax da história?
2. Qual o seu desfecho?
3. Qual a moral da história?

V – Análise dos personagens.
01. Em sua opinião o lobo foi:
a)Insolente b) Respeitoso c) Brincalhão
02. O carvalho foi:
a ) Insolente b( Respeitoso c) Brincalhão
03. A moça foi:
a) Insolente b) Esperta c) Brincalhona.
VI – Explorando o sentido de certas expressões comum ao gênero trabalhado.
1. A expressão “Era Uma vez, dá o sentido de:

a. Tempo exato.
b. É o mesmo que dizer, “Dia de São nunca”
c. Apenas uma expressão para enfeitar o texto.

2. Na parte da história, onde o Homem Sem Sorte diz para o Lobo. _ “Mas seu Lobo, você ainda não morreu? Pelo tom de voz do narrador, o Homem Sem Sorte estava:

a. Desejando a morte do Lobo.
b. Fazendo um gracejo com o Lobo
c. Sendo insolente com o Lobo.
d.
03. Em “Tô indo procurar Deus... “É uma construção linguística comum da oralidade, passe a mesma para a linguagem padrão culta.

VII – Em sua opinião, a narradora da história teve uma dicção:
A) Boa.
b) Regular
c) Ruim.
VIII – Quanto à gesticulação, ela ajudou você a entender melhor a história? Comente.
IX - Localize pelo menos uma informação implícita no texto.
(A Moral da história é uma informação implícita).
X – Vocabulário.
1. Clímax - O ponto mais alto, de maior suspense em uma história. O auge.
2. Gracejo - Dito espirituoso ou irônico, fazer graça.

O3. Insolente - Atrevido, arrogante, não respeitoso.
3. Desfecho – Conclusão de um fato, parte final de uma obra literária, peça teatral.

4. Reconto – Tornar a contar (ou narrar uma história)

5. Projeto de vida – São os caminhos planejados para atingir uma meta que você traçou para si daqui a um determinado tempo.

6. Implícito – Subentendido, que não está claro.


XI – Agora faça um reconto da fábula que você ouviu, modificando seu enredo, (pode ser o começo, o meio ou o fim, contanto que tenha alguma coisa a ver com a história ouvida) lembrando dos passos mais importantes na produção de um texto: planejar, escrever, avaliar, fazer os acertos que achar necessários e por fim, quando se der por satisfeito reescreva seu texto.
XII – Após correção das produções individuais, fazer uma revisão dos itens detectados em desacordo com a norma padrão ou com gênero trabalhado.
1. Falta de sinais gráficos que marcam o diálogo na grafia do discurso direto. Como ( ¨_ ) travessão e (“ “) aspas.
2. Repetição desnecessária de uma mesma palavra. Ex.: Então, aí, ele e a conjunção “e”.
3. Uso incorreto de “mas” e “mais”.
4. Uso incorreto de “a” e “há”.
5. Uso incorreto de “onde” e “aonde”.
6. Ausência de pontuação (vírgula, ponto e dois pontos).
7. Ausência de parágrafos.

XIII - Como foram trabalhadas estas questões. Usei uma transparência com o texto Dentro de uma casa escura” ( deveria ser o mesmo da fábula, mas, por questão de economia usarei esta transparência para mostrar que a história escrita obedece a certos critérios e formalidades da escrita. Enquanto na oralidade, um gesto, um tom de voz pode nos dizer muitas coisas a história escrita necessita de marcas gráficas. Outra particularidade da oralidade é “ Quem conta um conto aumenta um ponto”.)
>Mostrar as marcas ou sinais gráficos como o travessão, a mudança de linha para introduzir a fala de outro interlocutor.
>O uso do ponto de interrogação e exclamação geralmente usados em um diálogo.
>O Uso de aspas no lugar do travessão.
>O Uso dos verbos “dicendi” que têm a função de marcar o discurso direto. (perguntar, dizer, responder, indagar, sugerir, afirmar etc.)
XIV – Lembrar que muitas palavras são grafadas diferentes da pronúncia. Como “voutando’ e ‘quau”. A grafia correta é voltando e qual. Solicitar que criem o hábito da leitura para adquirir estas competências.
XV – Pedir que verifiquem em seus trabalhos esses itens e corrija-os. A seguir reescrevam seus textos e finalmente serão socializados em sala de aula para os colegas. (Atividade valendo nota para a primeira avaliação da unidade.)
Observações: Aspecto positivo. Depois de começar o trabalho com uma sequência didática indo da oralidade, passando pela leitura e por fim a produção textual pode-se detectar quais as competências que o aluno já domina e quais as que precisam ser trabalhadas naquele momento.
Quanto às dificuldades, a falta de recursos foi o que mais contou nesta primeira etapa, porém, nada que não possa ser contornado.



O HOMEM SEM SORTE
Era uma vez não muito longe daqui, havia um homem que se sentia muito infeliz. Nada do que ele fazia dava certo. Se ele plantasse umas sementes, o sol vinha forte e as esturricava ou, então, vinha uma chuva pesada e levava as sementes na enxurrada.
O homem achava que era a pessoa mais sem sorte desse mundo. Começou a lamentar-se e queixar-se com todo mundo. Assim, as pessoas começaram a afastar-se dele. Quando o viam caminhando em um lado da rua, imediatamente atravessavam para o outro, evitando ouvir suas lamúrias. Além de sem sorte, este homem também se tornou solitário.
Um dia, o homem cansou-se de sua própria infelicidade e resolver fazer algo a respeito. Decidiu procurar o CRIADOR e perguntar-lhe o que é que ele deveria fazer para mudar sua sorte. Assim pensou assim ele fez. Botou uma mochila nas costas e andou, andou, andou um ano um mês e um dia e por fim chegou, a uma mata verde e tão linda que pensou:
_ "Deve ser aqui a casa do Criador".
Entrou na mata com muito cuidado, como se entrasse num santuário.
Não tinha dado dez passos quando ouviu um gemido alto e arrepiante, vindo das profundezas da dor.
Olhou em volta e viu que, quem uivava tão dolorosamente, era um lobo deitado perto de uma moita. Este lobo tinha um péssimo aspecto: seu pelo não tinha cor, seus olhos não tinha brilho, seus dentes estavam amarelados e as orelhas caídas.
O homem então lhe perguntou . _ Mas seu lobo porque você está gemendo deste jeito?
_Não sei seu moço, de uns 15 dias pra cá estou me sentindo mal e não sei explicar o que tenho. _ Respondeu o lobo.
_ Pois olha, você está se sentindo mal há 15 dias e eu tenho sido infeliz a vida toda. Mas nem por isso estou aí, deitado, me queixando da vida. Resolvi fazer alguma coisa a respeito. Vou procurar o Criador e perguntar a ele como é que eu posso sair desse estado.
_ Ah!... Seu moço se porventura o senhor encontrar Deus, pergunte a ele por mim, o que preciso fazer para não me sentir mal assim. Estou muito fraco para ir pessoalmente. Por favor, faça isso por mim.
O Homem sem Sorte disse:
_ Tá bom. Se eu me lembrar, eu pergunto. E continuou seu caminho.
Andou, andou, andou 01 ano 01 mês e 01 dia e chegou então a um lago tão sereno e harmonioso, que pensou: "Ah, deve ser aqui a casa do Criador!”.
Mas ao se aproximar do lago, ouviu outro gemido. Um gemido longo que saía das entranhas do infortúnio. Olhou à sua volta e viu um enorme pé de carvalho curvado, quase caindo sobre o lago.
_ O que você tem seu Carvalho, por que está gemendo assim? De que você precisa mais para viver se tem água, terra fértil e o sol que lhe aquece?
_ Ah, estou me sentindo pessimamente. Parece que estou acabando e não consigo saber o que há de errado comigo.
_ Mas que incrível! Quanta gente arrastando-se e queixando-se por aí. E todos assim, parados, sem fazer nada! Eu, não! Eu tenho sido sem sorte durante toda a minha vida, mas agora, resolvi dar um jeito na situação. Vou procurar o Criador e perguntar-lhe o que devo fazer para mudar a minha vida!”.
_ "Ai", gemeu a árvore.
_Estou muito fraca e não agüento ir até o criador. Mas já que você vai encontrar-se com ele, por favor, faça uma caridade a um ser que não pode se locomover, pergunte-lhe o que eu posso fazer para me sentir melhor.
_ Está bem, _Disse O Homem Sem Sorte.
_Se eu me lembrar....
Continuou o seu caminho. Andou, andou, andou 01 ano 01 mês e 01 dia e encontrou um lindo campo de flores amarelas e, do outro lado do campo, viu uma casinha de aspecto muito acolhedor.
_ Que casinha mais acolhedora _Pensou. "Deve ser ali a casa do Criador".
Atravessou correndo o campo sem notar o perfume e a graça das flores amarelas. Bateu à porta da casa e veio atender uma mulher, jovem e simpática, que o convidou para entrar e lhe ofereceu um café. Ele nunca havia encontrado uma pessoa tão agradável. Conversaram a noite toda. Disse coisas que, até então, nunca havia dito a ninguém.
Mas, assim que amanheceu o dia, ele se lembrou de sua missão:
_ Tenho que ir embora, pois estou procurando o Criador parar me dizer o que devo fazer para deixar de ser tão sem sorte. Você é que é feliz, pois mora nesta casinha acolhedora.
_ É verdade, mas, muitas vezes, eu me sinto muito triste e não sei dizer porquê. Já que você vai falar com o Criador, por favor, pode perguntar a Ele porque é que eu, às vezes, me sinto assim?”.
_ Está bem, vou tentar me lembrar, você foi tão simpática comigo.
E seguiu seu caminho. Andou, andou, andou 01 ano, 01mês e -1 dia e chegou numa encruzilhada. Dizem que é nas encruzilhadas que as coisas acontecem e acabou encontrando uma luz clara e brilhante. Era ali, certamente, a casa do Criador.
O homem conversou com Ele e saiu de lá animadíssimo.
Andou muito rápido e logo se viu, novamente, na casinha acolhedora da moça simpática.
Ela mostrou alegria em revê-lo e lhe perguntou:
_ Você falou com o Criador?.
_ Falei, sim, e agora estou correndo para executar o que ele me disse.
A moça continuou: _ E você perguntou a ele por mim?
_ Perguntei sim. _ Disse o homem.
_O Criador falou que o seu problema é solidão. Disse que você precisa encontrar um moço bonito, bem apessoado para dividir com você essa casinha acolhedora e todos os seus problemas estarão resolvidos.
A moça olhou para ele, corou, e sugeriu: _ Será que você não pode ser esse companheiro e ficar morando aqui comigo?
_ Bem que eu gostaria, mas o Criador falou que minha sorte está aí no mundo à minha espera. É só eu abrir os olhos para vê-la. Então, eu tenho que ir correndo encontrar minha sorte.
Despedindo-se dela, atravessou o campo de flores amarelas e, novamente, sem notar como eram perfumadas e graciosas.
Logo, logo, chegou até o lago, onde estava a árvore, agora em pior aspecto do que nunca, com as folhas todas murchas e amareladas. O homem já ia apressadamente continuando o seu caminho, mas a árvore o chamou:
_ Ei, amigo! Aonde você vai com tanta pressa, pela sua alegria acho que encontrou o Criador. Você perguntou a Ele por mim?
_ Ah, perguntei sim. O Criador disse que, em suas raízes, existe um grande cofre, cheio de ouro, e que está sufocando você. O Criador alertou para você encontrar alguém que arranje uma enxada e desenterre esse cofre para você. Dessa forma você vai ficar boa de novo.
_ Por favor._ pediu a árvore, _você não quer fazer isso por mim? Não quer arranjar uma enxada e desenterrar o cofre? Você até pode ficar com as moedas, já que me parece que vocês, homens, se interessam tanto por elas.
_ Sinto muito. _Disse o homem. O Criador disse que minha sorte está aí no mundo, à minha espera, e não posso perder tempo procurando enxadas e desenterrando cofres. Arranje outra pessoa.
Mas à frente, o homem encontrou o lobo, que agora estava deitado no meio do caminho, e com um aspecto desolador.
_ Mas seu Lobo o Sr. Ainda não morreu?
_ Pois é seu moço, estou aqui e o sr. encontrou mesmo Deus( Ele achava que ele não O encontraria).
_Encontrei sim.
_ E lembrou-se de perguntar a Ele por mim?
_ Perguntei sim. Ele disse que o seu problema é inanição. Você está simplesmente com fome. Precisa ficar atento ao primeiro idiota que passar e devorá-lo.
O lobo reuniu suas últimas forças, pulou sobre o homem e devorou-o
Foi assim o fim do homem sem sorte, e será assim o fim de todos os homens que pensam que não precisam colaborar com a vida para se tornarem homens de sorte.
Conto africano contado por Inno Sorcy na "Noite de Contos" em BH, 1996.

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